quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Aquele momento...


domingo, 23 de dezembro de 2012

Ainda transformo esse desenho em uma camisa.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Enquanto isso...em uma sociedade qualquer...


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Eis me aqui....


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Enquanto isso...em um jornal qualquer...


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O dia em que eu não conheci a Thalita Rebouças


Se voce é jornalista ou estudante de jornalismo sabe que fazer uma matéria para rádio não é uma das tarefas mais fáceis.  Como o ouvinte não tem imagens para acompanhar,  tudo tem que ser feito de uma maneira bem leve e dinâmica para não ficar entediante. Além disso,  quando se vai entrevistar alguma personalidade e voce chega com uma câmera profissional na mao isso impõe respeito sabe? Já quando se chega com um gravador velho de guerra na mao a boa vontade do entrevistado as vezes não é a mesma...

 Era outubro de 2011. Acontecia em Recife mais uma Bienal do livro e claro isso faria com que tudo quanto é jornalista e estudante de jornalismo fosse convocado para fazer qualquer pauta sobre qualquer coisa por lá.

Meu professor de rádio na época dividiu a turma em duplas e fez com que procurássemos algum escritor no site do evento, pesquisássemos sobre ele e então ir para a Bienal entrevistar o cidadão.

Quando entrei no site do evento encontrei vários escritores que poderiam render uma boa entrevista mas a maioria iria falar em dias e horários que dificultavam a minha ida e da minha dupla. Enfim achamos alguém, a escritora especializada no público adolescente Thalita Rebouças. A tarde de autógrafos dela aconteceria em um sábado, então eu e o Dinaldo Cavalcanti nos preparamos para o que seria um dia daqueles.
Saímos cedo para o Centro de convenções (onde foi a Bienal) as 3 da tarde, mas não contávamos com um detalhe: A lei de Murphy. Justo naquele dia e horário a avenida Boa Viagem foi interditada para fazerem alguma coisa da qual não me lembro. Esse doce desvio de rota obrigou todos os carros a seguirem pela Conselheiro Aguiar, fazendo com que levássemos 2 horas e 30 minutos até que finalmente chegássemos em frente do local.

Agora já era 17:30hrs e já estávamos atrasados para a coletiva dela que começava nesse mesmo horário.

O estacionamento daquela coisa estava incrivelmente lotado, em parte porque tiveram a brilhante ideia de colocarem um show de brega-dos-inferno acontecendo do lado do Centro de Convenções. Isso fez com que escutássemos o funk das novinha  tempo suficiente para deixar sequelas nas células de sanidade mental que eu acho que ainda temos.

Isso me obrigou a estacionar do lado de fora na mao dos flanelinhas que estavam entregando ticket cobrando por antecipação. E o valor era 10 reais.

Já era 17:40 e eu não tive outra escolha a não ser pagar e correr para poder entrar logo.

perdemos alguns minutos procurando o lugar em que se comprava ingresso ate perguntamos de vez a um policial que estava lá dentro....e que também não sabia onde era. Depois de rodar mais um pouco achamos o lugar então fomos comprar as entradas.

A Bienal é um evento gigantesco, e a maioria das pessoas não sabia nos indicar onde diabos estava acontecendo a entrevista com a Thalita. Quando finalmente encontramos o auditório já era 18:00 e escutamos isso do segurança na porta:

- Não podem entrar!

- O que?? Mas eu vim de Boa Viagem com meu amigo, precisamos entrevistar a Thalita para um trabalho da faculdade!!!

- Desculpe mas eu só estou seguindo ordens. Se quiserem esperar o fim da entrevista tudo bem mas aí será a hora dos autógrafos e vai estar cheio de gente...

O pior que ele tinha razão. Era um auditório lotado de meninas pré-adolescentes acompanhadas da mae.

Ainda sem acreditar que tinha perdido a coletiva dela decidi ir para uma lanchonete porque estava morrendo de fome. Paguei chiando 8,50 em uma coxinha mais uma coca-cola (a combinação mais cara que já consumi nesses 20 anos de existência) e decidi procurar algum outro escritor que estivesse por lá e pudesse conceder entrevista.

Encontramos outra dupla da nossa sala que nos informou sobre um escritor chamado Antonio Prata e que estaria divulgando o livro dele dentro de alguns minutos. Não tive duvida, corri para o local, peguei meu smartphone, entrei na internet e pesquisei tudo que podia sobre o cara, anotei perguntas, preparei o gravador e fiquei a postos.

Quando ele terminou de falar liberou para a imprensa, então corri para ser o primeiro a entrevista-lo. Liguei o gravador e fiz varias perguntas, ele respondeu muito bem e acabei me tornando fa do cara! Assim que terminei a entrevista voltei pro meu colega e foi ouvir o que tinha gravado para ver se tinha ficado bom.

Nesse momento quase tive um ataque do coração.

De alguma maneira eu não apertei no botão de gravar direito e por isso nada foi gravado daquela maravilhosa entrevista...

Na hora do desespero decidi ligar o gravador de novo e na cara de pau esperar com ele ligado que o escritor terminasse a entrevista com alguém, quando ele se virasse eu já engatava outras perguntas que fui formulando na hora. Dessa vez deu certo, a entrevista não ficou tao legal quanto a primeira mas foi o suficiente para o que precisávamos.

enquanto estávamos saindo fomos conversando com a outra dupla sobre o evento.

Eu: Caramba que correria hoje, e o pior foi que tive que pagar 10 reais pra botar o carro la fora com o flanelinha e mais 10 reais para entrar na Bienal

Menina da outra dupla: Oxe porque? Quem é da imprensa entra de graça po, e tu ainda tinha vaga aqui dentro pra colocar o carro em um lugar diferenciado!


E esse foi o dia em que eu não conheci a Thalita Reboucas...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Hora de Malhar


- Não importa o carro que você tem, e sim o tamanho do braço pra fora da janela!
- HAHAHAHAHA muito boa cara!
- Prefiro viver 20 anos com 40cm de braço do que 40 anos com 20cm de braço!
- É isso aí mo vei, é isso aí!

Levanto a cabeca para respirar um pouco e olhar para ver quem são as criaturas que travam tao precioso diálogo. A academia tá cheia, pessoas andam de um lado para o outro com os seus fones de ouvido e suas roupas ridiculamente apertadas. Em um canto da sala vejo um grupo de três caras conversando alto enquanto alisam os próprios bracos.

- Oxe e voces ficaram sabendo do Fulano (Não lembro o nome que o cara falou) Ele encontrou na rua esses dias uma doida que ele agarrou enquanto estava bêbado durante o carnaval!
- Hehehehehe é isso aí mo véi, é isso aí!

Desisto. Pego meus fones de ouvidos e coloco no máximo. Meus tímpanos reclamam mas minha saúde mental agradece.

Isso pra mim sempre foi a parte mais curiosa de frequentar uma academia: as pessoas. Aqui em Recife já malhei em 4 lugares diferentes e em todos eles encontro sempre os mesmos tipos: O maníaco do supino reto, a véia doida que parece ter errado o caminho da aula de pilates e tem que tomar oxigênio depois da esteira, o professor hiperativo que acorda de 5 da manha de SUPER-MEGA-ALTO-ASTRAL e que fica gritando feito um louco para os já desesperados alunos andarem mais rápido naquela aula louca de bicicleta que eu não faco nem sob tortura. O cara que se aproxima de voce com um olhar desconfiado e te oferece uns produtos estranhos que vem em rótulos tailandeses e que, segundo ele, vao te ajudar a “ficar fortão”.

E claro, a figura folclórica! O cara que tem os bracos do Hulk e as pernas da Pantera-cor-de-rosa. Aquele cidadão que se pudesse faria uma academia assim:

Além disso outro detalhe que vale a pena comentar são aqueles exames médicos “para saber como voce está” que voce tem que fazer assim que se matricula em uma academia. Fiz um desses umas semanas atrás. Depois do professor avaliar meu físico, minha flexibilidade e outras coisas ele me deu um papel com os resultados. Quando cheguei em casa minha namorada me perguntou por telefone:

- E aí, como foi o resultado?
- Bem....vamos colocar assim, se esse papel na minha mao fosse meu currículo eu iria ter sérios problemas para arranjar um emprego até como assistente de papai noel de shopping.

Por isso que por mais que falem academia é algo chato e algo que dá preguica eu tenho que discordar. Preguica é desculpa. E se voce aprender a ser um pouco mais observador vai perceber que dá pra se divertir sim na academia. Contanto que leve sempre seus fones de ouvido e procure passar bem longe daquela aula maluca de ficar um hora em cima da bicicleta levando grito do professor hiperativo.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quatro olhos.

Minha visao nunca foi das melhores. Claro, antes minha cegueira não era tao crônica, até pouco tempo atrás eu ainda conseguia distinguir entre um ser humano e um manequim de loja sem que fosse necessário utilizar óculos ou passar vergonha perguntando “que horas são?” para um boneco.

Mas o grande problema de quem usa óculos não é o fato de não enxergar perfeitamente. É o fato de que 99% das pessoas que precisam das preciosas lentes simplesmente se acham feias com elas. Eu não julgo. Entendo perfeitamente o drama. Na nossa cabeca, de alguma forma, acontece uma transformação na aparência quando colocamos o óculos, algo mais ou menos assim:


E por conta disso já passei por incontáveis casos em que decidi sair na rua sem óculos e acabei cumprimentando gente que não era pra cumprimentar ou então respondendo “tchauzinho” que não era pra responder. Já entrei em  carro de alguém desconhecido achando que era o da minha mae, já me aproximei para falar com uma pessoa que julgava conhecer e tive que tirar o celular do bolso de última hora e fingir uma ligação inexistente para não parecer tao louco (nunca deu certo) e já cumprimentei pessoas de longe para em seguida virar para alguém que tava comigo e perguntar: Quem era?

Mas nenhum desses casos foi tao desesperador quanto o que vou relatar para vocês a partir de agora.

Era junho de 2009. Naquele ano o dia dos namorados caiu exatamente em um sábado para alegria dos casais e depressão dos solteiros. E como de costume a Igreja da qual faco parte decidiu fazer uma programação especial, dessas para envolver os dois grupos. O problema desse tipo de programação é que sempre sobra pros solteiros da ocasião terem de fazer alguma coisa para “desencalhar” como se o fato de estar solteiro fosse algo proibido pelos dez mandamentos.

E a brincadeira da vez era: eles chamavam um rapaz solteiro para a frente, entregavam uma flor pra ele e mandavam ele escolher alguma garota que estivesse sentada entre a galera para entregar a rosa e fazer uma declaração qualquer. E se voce fosse selecionado para ir na frente só tinha duas opções: ou ia ou então simulava um ataque cardíaco e esperava que o tumulto te desse uma oportunidade de escapar. Em um certo momento acabaram me escolhendo e eu infelizmente escolhi a primeira opção.

A mao tremia, a voz não aparecia e o tempo corria. Eu estava na frente de uns 80 adolescentes, segurando um microfone em uma mao, uma rosa na outra, e sem nenhum óculos no rosto. Tentei procurar alguma menina de quem fosse muito amigo para assim poder entregar a flor sem que aquilo se tornasse em algo muito mais constrangedor depois. Olhei bem e percebi uma garota que conhecia sentada bem no meio do salao.

 Não tive dúvida, me aproximei dela, me ajoelhei, entreguei a rosa e fiquei esperando pelas piadas dos apresentadores da noite. Silencio geral. A menina me olhava pálida, as pessoas ao redor ficaram sem reação e eu só fui entender o que estava acontecendo quando olhei pro lado e percebi....que ela estava sentada com um garoto que era o seu namorado. Droga eu tinha me esquecido totalmente de que ela tinha namorado e não tinha enxergado quem tava sentado do lado dela.

Eu me levantei rápido e no desespero entreguei a rosa para uma outra garota que estava sentada do lado dela. Voltei pro meu lugar, me sentei e fiquei imóvel pelo resto da noite. No dia seguinte eu liguei pra menina pra pedir desculpas e explicar o que aconteceu. Ela disse que tudo bem, o namorado dela era um cara tranquilo e tinha achado ate que engraçada a situação. Quanto a ela eu não deveria me preocupar, me entendia perfeitamente.

Ela também usava óculos.