sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sobre natação.

 Meu pai sempre foi um craque no futebol. Desde crianca se destacava aonde jogava, tanto que por muito pouco nao chegou a se tornar profissional, por isso ele sempre me incentivou bastante para que treinasse. O problema é que eu apesar de gostar muito, nunca fui um bom jogador.

           Eu sou tao ruim que mesmo quando era o dono da bola acabava ficando no banco de reservas.

Foi entao que quando completei 15 anos, resolvi trocar de esporte. Passei a fazer natacao numa academia perto da minha casa, e comecei a notar algumas coisas que me incomodam numa piscina. Por exemplo, eu tenho um nojo desgracado daqueles chuveiroes em que a pessoa tem que se banhar antes de entrar na piscina, pelo simples motivo de que 99,9% da espécie humana resolve urinar bem ali. Além disso o horário em que eu frequentava a piscina costumava ficar bastante cheia, entao tínhamos que dividir a raia com outra pessoa,  o problema é que algumas pessoas por alguma razao querem se tornar suas amigas e acabam fazendo comentários um tanto quanto pertubadores.

Um dia ao chegar na academia a piscina estava tao cheia que eu resolvi fazer uma aula de hidroginástica que era no mesmo horário só para saber como era. Bem, o que eu posso dizer é que nao me senti muito confortável.

Depois de uns 3 meses a academia onde eu nadava resolveu promover um ranking entre os alunos. Seria o seguinte: Todo mundo teria que dar uma volta completa na piscina fazendo o menor tempo possível, o professor cronometrava e ia fazendo a tabelinha. Eu cheguei e pedi para ele cronometrar logo o meu tempo porque nao pensei que ia ser tao difícil assim. Quando eu já estava pronto, dei o mergulho e comecei a nadar com todo o gás possível, até que eu cheguei na outra borda e percebi o seguinte: Todo o gás possível havia se esgotado. Era uma piscina olímpica. Puxei o ar e voltei a nadar sem saber se iria conseguir terminar ou se iria ter um espasmo no meio da piscina e ser sepultado por ali mesmo. Acabei conseguindo chegar do outro lado, levantei a cabeca e olhei para o meu professor que olhava para o cronometro com uma cara nao muito contente. Eu pergunto quanto foi o meu tempo e ele responde que foi 45 segundos. “até que nao foi tao mau” eu pensei na hora, entao juntei minhas coisas e fui para casa. Na semana seguinte eu voltei para treinar quando vejo uma aglomeracao na frente de um papel colado na parede, esperei as pessoas irem saindo aos poucos e entao fui procurar meu nome e qual havia sido a minha posicao.
Eu fiquei em PENÚLTIMO LUGAR, GANHANDO APENAS DE UM SENHOR DE 70 ANOS QUE TINHA QUE TOMAR OXIGENIO SEMPRE QUE TERMINAVA DE NADAR.
Entao, a licao que aprendi nesse dia foi: Nao importa o que voce faz, só olhe sua posicao no ranking se estiver preparado para a verdade. Rankings nao costumam amenizar o seu sofrimento.






domingo, 13 de fevereiro de 2011

Se voce soubesse...


 Se voce soubesse o quanto é importante para mim...

Se voce soubesse o quanto fico nervoso, buscando palavras para falar contigo. O quanto fico bobo, buscando maneiras de te fazer rir.

Se voce soubesse o quanto meu ar falta, quando eu te abraco, e o quanto é dificil ter que lhe dizer tchau.

Se voce soubesse quantas mensagens eu ja digitei, para em vez de enviar, apagar tudo.

Se voce soubesse o quanto eu me sinto bem....so em saber que voce esta bem.

Ah, se voce soubesse...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Epopéia do primeiro dia.

O ano de 2010 foi muito importante para mim. Tirei minha carteira de motorista, consegui meu primeiro emprego e ainda comecei a faculdade. Como coloquei segunda entrada, passei os seis primeiros meses preocupado apenas em tirar a carteira e trabalhar. Quando chegou o mes de agosto a coisa complicou, agora eu teria que conciliar o trabalho com a faculdade e nao poderia ir de carro, porque naquela época meu pai ainda nao me deixava ir dirigindo sozinho.

Eu largava de 16:30 e tinha que chegar no trabalho ás 17:30. Tranquilo certo? Bem se voce respondeu que sim é porque nao conhece a pontualidade dos onibus de Recife.

2 de Agosto de 2010 foi o meu primeiro dia de aula, me arrumei mais cedo e fui pra católica. Por um momento, antes de subir para minha sala, fiquei no hall do meu bloco olhando o movimento e pensando em quao fantastico era pra mim já estar na faculdade. Fui interrompido uns 10 segundos depois.


Eu simplesmente ODEIO essa galera da Credicard. Para quem nao sabe todo comeco de semestre a maioria das faculdades ficam infestadas desses caras.  E eles nao irao desistir de infernizar sua vida enquanto voce nao fizer um cartao de crédito deles. Eu estava tao desesperado para me livrar daquele cara que acabei usando a desculpa mais louca que eu já inventei na minha vida.


Fui-me embora sem nem olhar para trás e entrei no primeiro elevador que vi na minha frente. Quando cheguei na minha sala a aula já havia comecado, sentei no fundao e fiquei lá atrás um tanto quanto tímido com todas aquelas pessoas novas. Logo depois da primeira aula apareceu na nossa sala um cara do ultimo período do curso de Jornalismo. Ele falou que estava estagiando na assessoria de imprensa da Católica e gostaria de entrevistar dois alunos novatos do curso de jornalismo para colocar no site da universidade. Eu, junto com uma menina, nos oferecemos para sermos entrevistados. O cara pareceu ser bem legal e nos perguntou porque escolhemos estudar jornalismo e pediu para que falássemos um pouco sobre nós.
Depois disso tive ainda mais uma aula e larguei. Desci apressado para ir logo para a parada de onibus, quando cheguei no portao da católica acabei tomando um susto.

ERA O MESMO CARA DA CREDICARD DE NOVO!! Pensei em gritar, em sair correndo, em rogar praga! quando aconteceu um milagre. Uma das meninas da minha sala parou o carro na minha frente, baixou o vidro e perguntou para onde eu ia, falei que ia para boa viagem e ela entao me ofereceu carona. “Perfeito”  foi o que eu pensei, vou pra boa viagem de carro, vou chegar mais cedo no trabalho e de quebra vou me livrar do cara da credicard. 1 minuto depois eu percebi que acabei me precipitando em achar que ia dar tudo certo. 

Meu sangue gelou na hora. Ela morreu o carro umas 4 vezes da Católica até Boa Viagem.  E o pior é que ela foi andando bem devagar, acabei chegando no trabalho de 18:00. Já desesperado com o horário, subi as escadas correndo, quando encontrei o Capitao que trabalhava comigo. Eu trabalhava em um cursinho preparatório que formava pessoas para se tornarem oficias do exército, por isso trabalhava com um capitao e o curso era supervisionado por um coronel. O capitao me disse que eu deveria preparar 15 apostilas de contabilidade para serem entregues naquela mesma noite. Confesso que quase surtei na hora, cada apostila tinha 80 páginas!!! acabei pedindo ajuda do funcionário da igreja responsável pela area de computacao
 (o curso funcionava na igreja).
Ficamos os dois até umas 23:00 imprimindo e montando todas as apostilas. Quando finalmente terminamos, paramos um pouco para tomar um ar, quando o capitao desceu e nos deu um aviso. Ele havia se enganado, as apostilas eram para serem entregues apenas na outra semana.
Algum tempo depois eu cheguei em casa, morto de cansado. Foi aí que eu me lembrei que o cara da faculdade tinha dito que colocaria a materia na qual eu iria aparecer no fim da noite. Ligo o meu computador, entro no site da Católica e me reparo com isso:

“ Aluno Novato no curso de jornalismo, Carlos Alberto Segundo afirma ter escolhido o curso porque sempre gostou de ler jornais”

Em momento algum eu falei que queria fazer Jornalismo porque eu gostava de ler jornais, isso é o mesmo que um dentista falar que escolheu essa profissao porque escutou a história “A fada dos dentes”. Resolvi apenas tomar banho e ir logo dormir. E a principal licao que aprendi naquele dia foi: Nunca confie em jornalistas ou nos caras da Credicard, ambos podem ser perigosos.