Alguns dias após o término do Carnaval, meu professor de Cultura na Universidade Católica resolveu propor um debate. Na verdade nao era exatamente um debate, era mais uma conversa sobre como havia sido o carnaval do pessoal da minha sala mas acabou virando depois que ele perguntou a minha opinao sobre o assunto. Falei que nao acho uma festa interessante, e que lamentavelmente contribui para o aumento da libertinagem e promiscuidade no país.
Para o meu espanto eu era quase o único a pensar dessa maneira. Boa parte da turma acha o carnaval uma festa muito interessante onde as pessoas tem a oportunidade de se divertir. Até escutei cochichos de alguns que me chamavam de falso-moralista.
Nos primeiros DOIS DIAS de Carnaval foram contabilizadas no Brasil cerca de 200 MORTES ( Fonte: Jornal Nacional). A prefeitura do Rio de Janeiro que devia reforma a alguns hospitais publicos da cidade teve que adiar a ajuda. Estava muito ocupada cedendo 3 milhoes de reais para ajudar as escolas de samba que perderam suas fantasias por conta de um incendio. Pobres brasileiros, iam ficar sem fantasia para brincar.
E o errado sou eu.
Jornalistas e humoristas sao amplamente censurados quando tentam fazer reportagems ou piadas que mostrem a verdadeira face do governo corrupto que infelizmente temos. Mas ninguem acha problema da globeleza dancar completamente nua em pleno intervalo de um filme infantil da sessao da tarde.
E o falso moralista sou eu.
Defendo a castidade e a fidelidade nos relacionamentos. Em um mundo que vive na promiscuidade o errado sou eu.
Nao fumo, nao bebo e nao uso drogas. Nesse mundo de inversao de valores, o errado sou eu.
Faco um curso porque gosto e nao porque irei ficar rico com isso. Em um mundo onde as pessoas vivem de aparencias o errado sou eu.
O problema é que as pessoas se esquecem de que tudo o que elas plantam um dia irao colher. Reclamam que o “mundo está perdido” mas nao se importam a mínima. As pessoas que hoje acham uma coisa bacana ter uma vida sem regras ou limites, sao as mesmas que no futuro vao ver seus filhos fazerem o mesmo e nao vao poder fazer nada a respeito.
Mas o errado sou eu.